#20 Resenha: Pokémon Shield (parte 2)


#20 Resenha: Pokémon Shield (parte 02)


 Na primeira parte dessa resenha (#18 Resenha: Pokémon Shield (parte 01)), eu tentei detalhar as minhas opiniões gerais sobre Pokémon Shield (e consequentemente Pokémon Sword também) e comentar um pouco sobre algumas das facetas que mais me chamaram atenção. Buscando relatar da forma mais verdadeira a minha experiência, levantei os meus prós e contras do jogo, e espero não ter feito um trabalho tão ruim em minha primeira resenha. Dessa vez seguirei o mesmo modo operacional, só que agora passando pelos últimos dois tópicos que sobraram no meu planejamento inicial: a Pokédex de Sword e Shield; e as expectativas para a continuação por meio da Expansion Pass anunciada. Parece ser pouco assunto a se debater, mas na verdade são partes que eu considero essenciais para um jogo como Pokémon Shield, que no seu mais básico é sobre os Pokémon. Antes de concluir a resenha, adicionei ao texto uma Recontextualização, pois percebi que acabei esquecendo de comentar sobre dois personagens importantes do jogo.

Parte 04: Pokédex

 Depois de falar sobre características gerais, personagens, um pouco da história e sobre a Wild Area, chega a ser até um pouco esquisito deixar a Pokédex como último assunto. Fiz essa escolha porque acredito que a Pokédex seja a parte mais importante quando uma nova geração é anunciada e sempre surgem muitos tópicos para debate. Quais serão os Pokémon mais fortes? Que tipo de estratégias novas serão possíveis a partir de novas espécies? Quais as inspirações para a fauna da nova região? Essas e outras perguntas seguem sendo feitas até que o dia do lançamento chegue e as criaturas inéditas estejam disponíveis para a inspeção. Portanto, o assunto é algo que rende muita discussão normalmente.
 Além de ser muito importante, a Pokédex tomou um significado maior ainda em Pokémon Sword e Pokémon Shield, já que os desenvolvedores optaram por retirar a National Dex. O que isso fez na prática foi retirar dos jogos a grande maioria das espécies de Pokémon que existem, transformando o Pokémon Home, sucessor do Pokémon Bank, no único local de existência dessas espécies na oitava geração.
Muito se discutiu sobre qual seria, então, o número total de espécies disponíveis em Sword e Shield, e não foi uma grande surpresa quando o número total de espécies apareceu. Descobrimos que a Pokédex de Galar é até bem grande (400 espécies), mesmo não sendo a maior de todas as Pokédex Regional, perdendo por pouco para a Alola Dex de Ultra Sun e Ultra Moon, ela apresenta um número total considerável. Como já ficamos sabendo de antemão que seriam jogos bem restritivos, fiquei mais apreensivo com a forma que a distribuição entre as regiões passadas seria feita. Depois de muitos jogos com mecânicas importantes sendo distribuídas principalmente para Pokémon da primeira geração, assusta um pouco pensar que talvez a região inteira poderia estar habitada pelas mesmas figurinhas repetidas. Entretanto, a inclusão de todas as regiões antigas foi feita buscando um certo equilíbrio, e até existe uma maior proporção de espécies vindas de Unova em relação as outras, o que faz sentido se pensarmos na relação Estados Unidos e Reino Unido existente na vida real.
 Essa distribuição de espécies de Pokémon diferentes proporcionou um sentimento de diversidade em cada área dos jogos, e até as rotas normais estavam sempre cheias de espécies diferentes e de todos os cantos do mundo. Além de serem muito bem povoadas, as rotas normalmente continham uma ou duas espécies muito raras e que precisavam de um tempinho para aparecer, o que colabora para a animação de tentar explorar quais eram os Pokémon restantes nos espaços vazios da Pokédex. Inclusive a maioria desses Pokémon raros eram espécies inéditas do jogo, o que tornava a descoberta e captura ainda mais divertida, pois sempre há uma curiosidade de testar as novidades do jogo.
 Falando mais sobre os Pokémon inéditos, Galar possui uma lista bem diversa em quesito de designs (junto da personalidade na vida selvagem ou no acampamento) e suas capacidades em batalhas. Embora os iniciais de Grama e Água não se encaixam muito no contexto das Ilhas Britânicas, é possível enxergar o esforço de contextualizar a nova fauna da aventura. Nem tudo de uma região de Pokémon tem que remeter ou representar referências da sua localidade na vida real (é até muito comum nas quatro primeiras gerações existirem seres fora da "cosmovisão japonesa", digamos assim), mas quando se observa a representações de esquilos, corvos, joaninhas, raposas, cormorões, ovelhas e cães de caça; ou nas referências ao uso do carvão como fonte energética, dragões, punk rock, chá da tarde, bruxas e demônios, vikings, cavaleiros, runas celtas, sobremesas européias, mordomos, o monumento de Stonehenge, o ator Charlie Chaplin, lendas medievais e até o dominação da Índia pelo imperialismo britânico, se torna inegável que estamos falando de algo baseado no Reino Unido e toda a sua cultura.
 No aspecto de batalha, Galar possui espécies e formas regionais extremamente fortes. A própria Pokémon Company escreveu um artigo comentando sobre os monstrinhos novos que estavam se sobressaindo na parte competitiva do jogo. Isso é importante não só para dar aquele gás nos torneios e competições online que serão feitas pelos anos em que ficaremos na oitava geração, mas também para a própria memória dela no futuro. Quando já estivermos longe de Galar, e quando eu digo isso me refiro a não existir nenhuma indicação ou teoria de que voltaremos a essa região por um bom tempo (como acontece agora com Hoenn, Unova, Kalos e Alola), o que manterá a região na lembrança dos jogadores serão as peças de xadrez mais forte que vieram com os jogos: Dragapult, Corviknight, Hatterene e até o Darmanitan galariano serão os elementos que remeteram a Galar nos próximos prédios de batalha.

 Antes de continuar, um pequeno parênteses: oficialmente, não sabemos ainda como os Pokémon inéditos se sairiam se todos os Pokémon estivessem disponíveis para competir pelos 6 espaços de equipe. É possível fazer isso em emuladores online, mas a discussão sobre o nicho de cada Pokémon em formatos oficiais ainda é moldada pela restrição da National Dex do jogo.

 Continuando a falar sobre a Pokédex e os inéditos, um dos aspectos que mais recebeu críticas nas duas últimas regiões foi a aparente troca de espécies inéditas por mecânicas passageiras, que muitas vezes salientam o tratamento diferenciado que alguns mascostes tem (eu lembro muito bem de reclamar que as Mega Evoluções era só mais um jeito da Nintendo vender a mesma meia dúzia de favoritos de novo, mas enfim, saudades daquele tempo). Em relação a isso, atualmente eu acredito que a diminuição de espécies inéditas tem muito mais a ver com o medo dos desenvolvedores de não conseguirem lidar com um número muito grande de Pokémon. Parece que a contagem perdeu o controle depois da quinta geração e até hoje estão sendo testadas formas de trazer conteúdo e lidar com o volume de informação acumulada ao mesmo tempo. Se o quesito é comparar o número total de adicionados por geração, entre os 73 inéditos de Kalos e os 88 de Alola, Galar fica "no meio do caminho" com 82 Pokémon nunca-vistos-antes. Entretanto, existe uma diferença quase que invisível entre as três: Galar parece uma região bem mais forte. Procurando as informações para essa resenha me deparei com um fator que passou batido, a quantidade de estágios evolutivos. No final de 2016, lembro-me vagamente de ter lido comentários sobre como Alola era uma região cheia de dois estágios evolutivos e que mais poderia ter sido aproveitado das evoluções dos Pokémon. Com uma diferença de 12 para 8 linhas evolutivas de três estágios, incluindo iniciais e cross-generation ou evoluções de Pokémon antigos, Galar tem mais dessas evoluções do que as outras regiões, o que pode indicar um BST médio maior em comparação com as regiões mais recentes.
 Já que eu entrei brevemente no assunto, vou abrir um espaço para falar sobre cross-generation evolutions, algo que eu amo na franquia e finalmente posso comentar mais (obrigado Pokémon Sword e Pokémon Shield). A ideia de evoluir os Pokémon antigos através da formas regionais foi muito inteligente ao meu ver. Além de ter um estágio evolutivo a mais, a espécie ainda ganha uma repaginada e se encaixa bem melhor no contexto dos novos jogos, um verdadeiro pulo do Meowth (eu odeio trocadilhos Pokémon) casar essas duas coisas parecem deixar o mundo Pokémon mais vivo e dinâmico. O problema é que eu esperava mais (não é sempre esse o problema em Pokémon?), e de 18 formas regionais em Sun e Moon, fomos para somente 13 em Galar (sem contar Slowpoke). Entre essas 13, são 6 que receberam evoluções inéditas. Mesmo assim, eu já fiquei extremamente feliz de ver Pokémon meio esquecidos ou muito amados finalmente tendo um pouco mais de destaque. E mais ainda porque a escolha de regiões foi bem mais variada do que só Kanto.
 Por fim, acho necessário gastar alguns parágrafos falando sobre os lendários, já que são uma parte importante de todos os jogos da franquia e seria esquisito se eles não tivessem nenhum espaço na resenha. Zacian e Zamazenta foram apresentadas de uma forma bem diferente do que me lembro de outros títulos. Enquanto em outros jogos os lendários não eram mencionados até o final da aventura, em Sword e Shield a existência deles é questionada pelo senso comum de Galar. Tanto tempo se passou entre os acontecimentos históricos e o presente que as pessoas literalmente esqueceram dos fatos ocorridos e ambos se tornaram lendas da região. Para mim isso foi um contraste muito grande entre a forma como Alola lidava com seus lendários, além de ter aguçado a minha curiosidade nos momentos que Sônia tentava desvendar o que tinha acontecido a tempos atrás. Em concordância com esse aspecto da história, o epílogo com os irmãos esquisitos foi uma forma inteligente de apresentar os lobos para o "público geral" dentro do universo do jogo.
 Sobre Eternatus, não existe muito o que dizer, pois sua participação na história foi até mais curta. Enquanto jogava, eu tinha certeza que existia alguma ameaça, ou seja, um terceiro lendário do mal que deveria ser enfrentado pelos lobos, mas não parecia que existia de fato um ser maligno que voltaria para destruir a região. A época de Dark Days era colocada quase como um acontecimento ou fenômeno catastróficos, um apocalipse que foi revertido, e não como um grande demônio, o mal personificado. Eternatus é tratado de certa forma como um desastre sobrenatural, bem semelhante a narrativa de Necrozma nos jogos anteriores.

Parte 05: Continuação
 Aqui entro em um lugar mais de especulação sobre o futuro do que um relato sobre os jogos. Durante o Pokémon Direct do dia 9 de Janeiro de 2020, foi anunciado que os jogos da oitava geração receberiam uma Expansion Pass, contendo dois pacotes de DLC a serem lançados em momentos diferentes. Ambas as expansões adicionaram áreas novas parecidas com a Wild Area, assim como uma expansão da Pokédex dos jogos e novidades como personagens e Pokémon inéditos. A apresentação da expansão deixou indicado que Isle of Armour e Crown Tundra seriam serviços equivalentes as terceiras versões o que, além de proporcionar a exploração de novas partes do jogo em um mesmo save, para mim é um ótimo jeito de economizar um pouco. Portanto, gostaria de comentar quais inovações eu gostaria de ver nessa continuação da aventura.
 Uma numerosa parte dos problemas que eu tive com os jogos está relacionado com a diminuição no número de Pokémon inéditos (e agora de formas regionais também). As informações que temos até agora sobre as partes da expansão indicam que elas não vão se resumir a adicionar áreas novas, mas também todo tipo de conteúdo referente a um novo jogo (só que em escala menor). Eu sempre gosto de pensar que as novidades de Pokémon nunca aparecem do nada, elas sempre são testadas de um jeito ou de outro em jogos anteriores. Em Pokémon Ultra Sun e Pokémon Ultra Moon, por exemplo, foram adicionados a Pokédex de Alola não somente Pokémon antigos e formas novas, mas Ultra Beasts inéditas. Agora, além de formas regionais confirmadas e Gigantamax novas, teremos Pokémon lendários inéditos (o que é muito bem vindo para a região que só tinha três) e talvez até espécies regulares inéditas. Já foi confirmado que a Pokédex de Galar receberá duas atualizações (cada uma receberá o nome da parte respectiva), elevando o número de 400 espécies para quase 600 Pokémon diferentes.
 Embora eu não acredite que as personagens de Pokémon Shield foram todas má desenvolvidas, a expansão dos jogos também apresenta a oportunidade de explorar mais a história de personagens que não tinham muito espaço na trajetória original dos jogos. Ou ainda revelar mais sobre o amadurecimento daqueles que caminharam junto com o protagonista. Também teremos a oportunidades de encontrar novas pessoas interessantes nas duas áreas de Galar, e devo dizer que fiquei intrigado com a adição de Klara e Avery, dois treinadores que almejam se tornar líderes de ginásio, pois eles representam uma oportunidade de entender como treinadores podem atingir essa posição no sistema da Liga.
 Por fim, ainda não sabemos como as duas partes se encaixam na história mais ampla da região de Galar. Podemos receber duas continuações diretas a Pokémon Sword e Pokémon Shield, sendo os lendários relacionados aos lobos e Eternatus, ou a Expansion Pass representará dois novos capítulos diferentes da história da oitava geração, sem necessariamente estarem conectados ao que aconteceu com o jogo principal. Pessoalmente, acredito que a última opção seja mais próxima da realidade, mas gostaria muito de ver conexões com a história contada por Sonia durante a aventura, principalmente em Crown Tundra, que parece ser muito mais ligado ao passado da região.

Recontextualização:
 Falando em Sônia, durante a "Parte 02: Personagens" da primeira metade da resenha, eu me esqueci de comentar sobre Leon e o Sonia. Apesar do meu erro, estes dois são personagens muito importante para a aventura dos treinadores e mostram uma abordagem diferente de jogos antigos.
 Já tivemos uma variedade muito grande Campeões da Liga Pokémon durante esses mais de 20 anos de franquia. A maioria ajudou o personagem principal em alguma parte da sua jornada, quando não participou ativamente dela. Existiram casos em que a função de professor da região e campeão até foram exercidos pela mesma pessoa, já que ambas são figuras que auxiliam o personagem principal em momentos de dúvida e necessidade. O que torna Sword e Shield diferente é que ao invés de serem figuras muito mais velhas, esses dois cargos foram desenvolvidos por pessoas uma geração atrás. Quando Sword e Shield se inicia, Leon e Sônia se encontram nas posições que Gloria/Victor (os personagens principais) e Hop terminam no final de sua jornada, o que tornou a relação bem mais dinâmica, já que a dupla também está amadurecendo durante a história (em especial Sônia). Assim como Hop, o arco da Sônia é um dos mais legais de acompanhar, pois existe um crescimento mútuo entre os dois. Além de ver Sonia atingir o seu potencial como professora, é na interação com ela que tomamos conhecimento das falhas que a historiografia atual da região tem e de como os mistérios mitológicos da região se encaixam com o que está sendo vivido no jogo.
 Leon é introduzido desde a primeira sequência como um ídolo, alguém que o personagem e Hop devem se espalhar para se tornarem grandes treinadores. Apesar de ser um tanto obsessiva, a relação entre os dois irmãos na verdade é extremamente amigável, e por quase toda a região o Campeão mostra que se preocupa muito com seu irmão mais novo. Inclusive uma coisa que me impressionou na personalidade de Leon é que ele deve ser um dos únicos adultos na história de Pokémon que foi responsável o suficiente para não deixar que jovens pré-adolescentes entrem sozinhos em perigos eminentes. O meu problema com o personagem é que após o final da Liga Pokémon parece que ele perde uma grande parte de si próprio e de sua personalidade, se tornando um NPC da Battle Tower. Em comparação com Raihan, rival de Leon que enfrenta o personagem principal (e portanto perde) muito mais vezes, mas continua com a sua personalidade intacta, o comportamento de Leon após a final exerce uma certa impressão de imaturidade incondizente com as conversas que tive com ele ao longo do jogo. Um desperdício não existir mais a possibilidade de interagir com o lado irmão mais velho dele e só focar no molde de "campeão invicto".

Conclusão:
 Durante o ano de 2019, eu passei a escrever constantemente sobre Pokémon aqui neste blog. Não só escrevi sobre os jogos que seriam lançados no final desse ano como passei grande parte do tempo pensando, aproveitando e teorizando sobre cada nova notícia que foi compartilhada até o dia 15 de Novembro. Quando Pokémon Sword e Pokémon Shield foram finalmente lançados, estava muito animado para experienciar os momentos que saboreei durante quase um ano inteiro. Inclusive planejei continuar a detalhar os bastidores e inspirações por trás da oitava geração depois do lançamento (algo que ainda posso voltar a planejar de outro formato), mas decidi que seria bem mais saudável acabar a coleção de textos com um pequeno ponto final.
 Pokémon Shield (e por aproximação, Pokémon Sword também) foi uma aventura muito intrigante. Existiam vários desafios na produção desses jogos, tanto internos como externos, e agradar o público específico que consome a franquia geralmente não é uma tarefa nada fácil. Como eu já havia comentado na primeira metade desta resenha, os números dão um indício de que a passagem de Pokémon para o Nintendo Switch, um console híbrido, foi bem mais suscetível do que se imaginava.
 Aos meus olhos não treinados, Pokémon Shield possui defeitos como qualquer outro título da franquia, e como todo jogo pode até cair em uma certa monotonia depois que a história principal chega ao fim. Entretanto, não é difícil admitir que eu gostei da experiência que eu tive nessa primeira aventura. Foram horas muito felizes explorando cada canto da região de Galar, conhecendo seus personagens, interpretando as narrativas que os desenvolvedores trouxeram para a jornada e me familiarizando com os novos Pokémon.
 Eu diria que o jogo peca em um ponto muito recorrente na franquia de Pokémon, que é a falta de conteúdo pós aventura principal. Não existe muita coisa que leve seu personagem a algum lugar depois do epílogo, e a Battle Tower sem nenhum outro atrativo é até bem fraquinha. Mas entre a primeira e a segunda metade da resenha eu tenho me mantido bastante ocupado completando todos as lacunas que o jogo tem: primeiro a Pokédex, depois os TMs e TRs, a Curry Dex, etc. Nessa reta final, antes de Isle of Armour, me resta começar a enfrentar as batalhas online (que eu já comecei a testar com equipes prontas) e ficar atento às ondas de Max Raid que podem ser úteis ou interessantes.
 Como marco de uma das maiores polêmicas da franquia, a coleção de Pokémon apresentados nos novos títulos foi uma dificuldade ainda mais presente nessa geração. Em relação aos monstrinhos já existentes, ou a falta deles, em resumo não existem muitas críticas que eu possa fazer que nunca foram vistas antes. É um pouco esperado que os 150 primeiros recebam uma atenção desproporcional, mas acho que, tirando a distribuição de Gigantamax, foi explorado um certo equilíbrio na escolha de quem iria participar dos novos jogos em primeiro momento. Agora, falando em Pokémon inéditos, foi perceptível o esforço em contextualizar a jornada no Reino Unido ao mesmo tempo que o modo operacional da franquia de selecionar inspirações aleatórias foi mantido. Acho que superficialmente isso se deve a presença do britânico James Turner como farol para a equipe da Game Freak, demonstrando como os detalhes podem aumentar a verossimilhança ao compor uma região no mundo Pokémon.
 Ao contrário do que acontecia em anos passados, a vida de Pokémon Sword e Pokémon Shield como jogos ainda não acabou. O anúncio da Expansion Pass para 2020 e suas duas partes, Isle of Armour e Crown Tundra, trazem a oportunidade de muitos dos problemas que eu apontei durante essa resenha sejam revistos e até "consertados", então me sinto em uma posição animadora de poder rever o que eu escrevi daqui alguns meses quando estiver reinterpretando a região de Galar sobre novos olhos.

 Deixo expresso aqui também a minha preocupação com a saúde dos trabalhadores envolvidos com o projeto de Pokémon Sword e Shield, e que agora juntam seus esforços para a Expansion Pass durante a pandemia de COVID-19. O bem-estar deles deve sempre ser uma prioridade acima do cumprimento de cronograma, em todos os cenários. E para todos os que chegaram até aqui, espero que este texto tenha servido de algum conforto ou distração nos tempos que vivemos.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

#05 Novos companheiros em Galar!

#19 Fósseis de Galar: expectativas e realidade

#08 Cavando em busca dos fósseis de Galar!